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  • Paper BMIGG

ME PERMITA SER CRIANÇA

UMA CAMPANHA CONTRA A EROTIZAÇÃO E ADULTIZAÇÃO DAS CRIANÇAS NO AMBIENTE DIGITAL.


As mãos que seguram os cartazes são pequenas, mas o grito que elas ecoam em prol da infância vem em alto e bom som. A reflexão que a campanha “ME PERMITA SER CRIANÇA” traz, gira em torno da erotização e adultização das crianças, sobretudo, nas redes sociais. Patricia Guerreiro, com o apoio de um time de voluntários, algumas marcas e várias crianças, criou a campanha no mês de outubro com o intuito de abrir o diálogo nas famílias e provocar uma reflexão acerca do ambiente digital a que muitos menores estão expostos.

Pelas lentes do fotógrafo Antônio Andrade, e com ares de manifestação, as crianças da campanha fazem um pedido de socorro para que a sociedade as proteja. Infelizmente o cenário está longe de ser favorável para elas. Conforme dados divulgados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, dos 159 mil registros feitos pelo Disque Direitos Humanos, o Disque 100, ao longo de 2019, 86,8 mil são de violações de direitos de crianças ou adolescentes, um aumento de quase 14% em relação a 2018.

Os dados acima acendem um alerta preocupante, destacando o aumento da negligência em relação ao cuidado com as crianças, e o quanto estão expostas à violência, que muitas vezes chega de forma velada, sem que elas tenham a oportunidade de se defender. E ao falarmos de exposição, é fundamental destacarmos sobre a vulnerabilidade delas no meio digital. A pesquisa TIC Kids online 2018, divulgada em 2019 pelo Comitê Gestor da Internet do Brasil, apontou que cerca de 24,3 milhões de crianças e adolescentes, com idade entre 9 e 17 anos, são usuários de internet no Brasil. Cercada de conteúdos sexualizados, disfarçados de entretenimento, as crianças têm tido contato cada vez mais cedo com a erotização. Seguir, por exemplo, as trends das redes sociais, as expõem de forma a transformá-las em pequenos adultos, e abrem caminho para que os abusadores cheguem de forma silenciosa.

Com o intuito de alertar os pais e responsáveis, a empresa TikTok divulgou um levantamento realizado por eles em sua própria rede social, destacando que no 2o semestre de 2020 o Brasil ficou em terceiro lugar no ranking de vídeos removidos, com um total aproximado de 7,5 milhões de vídeos apagados. Os motivos principais da exclusão dos vídeos? “Segurança de menores” e “nudez e atividades sexuais de adultos”. Diante disso, urge que nós adultos ampliemos os nossos olhares para os perigos que cercam as crianças. O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece que é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumo e violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

E é essa bandeira que elas têm levantado, para que a sociedade volte o olhar para elas de forma respeitosa e protetiva, garantindo uma infânica livre para que elas possam, sem medo usufruir do direito de serem, realmente, crianças.

Essa é uma campanha sem fins lucrativos e criada com intuito de levar as famílias a refletirem sobre a segurança de seus filhos no ambiente digital.

Ficha Técnica Direção de arte: Patricia Guerreiro. Direção criativa: Orquestrando por Gabrielle Corrêa .

Fotógrafo: Antônio Andrade. Assistente de fotografia: Brenda Meneguini .

Vídeo/edição: Manu Guerreiro. Beleza: Dior Rogofski. Redação: Aline Báo e Bruna Saliba.

Crianças: Gustavo Kentish Maria Clara Vaz Francisco Borges Efraim Santos Esther Ziller Emanuelle Ribeiro Emanuelle Rodrigues Guilherme Okano Kimberly Okinawa.

Apoio: Gambo Premium Shoes. Grupo Tempo de Criança (Oliver Kids, Luluzinha, Mylu) Birô Kids. Pega Mania. Vrasalon. Zero a 14. Anjos e Marmanjos. MFK Agência Kids.

Carlos Prado.

Eis-me.

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